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Quem era Manoel de Oliveira
Por Isilda Monteiro (Professora), em 2015/04/28396 leram | 0 comentários | 115 gostam
Manoel de Oliveira foi o único realizador que assistiu o à passagem do cinema mudo para o cinema sonoro, além disso, o seu nome já era um arcaísmo: Manoel.
Manoel Cândido Pinto de Oliveira, um cineasta português, era, até a data da sua morte, o mais velho realizador do mundo em atividade. Era tão antigo que foi o único realizador que tinha assistido à passagem do cinema mudo para o cinema sonoro, além disso, o seu nome já era um arcaísmo: Manoel.

Manoel de Oliveira nasceu a 11 de dezembro de 1908, no Porto, e faleceu a 2 de abril de 2015 na mesma cidade, vítima de paragem cardíaca.
Durante a sua juventude, foi praticante de atletismo na área de salto à vara tendo conseguido ser campeão nacional pelo Sport Club do Porto – um clube de elite; ainda fez parte do mundo do automobilismo.
O seu interesse pelo cinema começou muito cedo, quando ele tinha 20 anos, ao entrar para a escola de atores que Rino Lupo fundou no Porto, onde enquanto aluno rodou uma curta-metragem, ”Douro, faina fluvial” (1931).
O “Acto da Primavera” e “A Caça” são obras marcantes na carreira de Manoel de Oliveira. Alguns “excessos” levaram a que os censores cortassem cenas dos filmes e alguns diálogos “impróprios” levaram-no aos calabouços da PIDE, onde conhece o escritor Urbano Tavares Rodrigues.
Depois de uma paragem, só em 1971 é que voltou ao seu trabalho como cineasta, realizando o filme “ O Passado e o Presente”.

Da sua longa filmografia, destaca-se “Aniki Bóbó” que foi filmado na ribeira do Porto, em 1942, e é o seu filme mais popular em Portugal, mas outros há: “Benilde ou a Virgem Mãe” (1974), “Amor de Perdição” (1979), “Non, ou a vã glória de mandar” (1990), “Porto da minha infância” (2001), “O Quinto Império” (2004), “Cristovão Colombo – o enigma” (2007), “Singularidades de uma rapariga loura” (2009) e “O Gebo e a Sombra”.
Este cineasta não escondia que tinha um elenco preferido, com quem gostava muito de trabalhar: Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira, Diogo Dória, Isabel Ruth, Miguel Guilherme, Glória de Matos e, também, o seu neto, Ricardo Trêpa.
Com mais de 80 anos de carreira, Manoel de Oliveira recebeu dezenas de prémios e distinções em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente, a cidade de Veneza ofereceu-lhe, em 2004, um Leão de Ouro, Portugal entregou-lhe a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 2008, e o Festival de Cannes prestou-lhe uma grande homenagem.
Em 1982, realizou um documentário autobiográfico de confissões e memórias, em que o cenário era a sua casa. Manoel de Oliveira ofereceu este filme à Cinemateca sob a condição de ser apresentado ao público só depois da sua morte, o que irá acontecer no próximo dia 5 de Maio.
Manoel de Oliveira deixou por realizar três filmes: “A igreja do diabo”, “A ronda da noite”- sobre a escritora Agustina Bessa-Luís- e ainda um projeto sobre o papel das mulheres nas vindimas.
O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, disse: «Um dos homens decisivos na construção do cinema português, na história do cinema, na projeção do cinema português no mundo. A sua presença foi essencial para a apresentação da arte cinematográfica em termos internacionais, participou nos grandes movimentos cinematográficos portugueses e, como cidadão, como português, é certamente uma das grandes figuras do século XX». Está opinião é comum a muitos portugueses que defendem a ideia de que Manoel de Oliveira deveria ir para o Panteão Nacional
Manoel de Oliveira tinha 106 anos e trabalhou até ao fim.

Albano Oliveira, 9.º B

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