Ser sargaceira | |||
Por Nuno Tomás (Aluno, 8.ºC), em 2016/10/03 | 1138 leram | 1 comentários | 204 gostam | ||
Conhecer o passado da nossa região permite-nos compreender melhor o presente. Quem melhor do que a minha avó para o explicar? | |||
Uma pequena conversa-entrevista a Maria de Lurdes,61anos,residente em Agudela,Lavra,que durante algum tempo andou na apanha do sargaço. LPL-Por que razão escolheu ser sargaceira? ML-Eu não escolhi ser sargaceira, foi a vida que me obrigou, isto é, precisava de mais dinheiro para viver, os tempos eram muito difíceis e com apanha do sargaço ganhava mais algum dinheiro. LPL-Como era ser sargaceira? ML-Ser sargaceira era um trabalho muito duro e de muito sacrifício. LPL-Era um trabalho solitário? ML-Não, era um trabalho feito em comunidade, sempre que os meus filhos tinham tempos livres, vinham-me ajudar, assim como outras colegas e vizinhos. LPL-Havia outros tipos de algas, que se podiam apanhar? ML-Sim, apanhava o “cabelo” e o “botelho”. LPL-Onde se encontravam? ML-Encontravam-se nas rochas, ao contrário do sargaço que vinha dar à praia. LPL-Qual era o seu preço monetário? ML-O preço variava com o comprador, mas era muito baixo para o trabalho que dava. LPL-O sargaço, o “cabelo” e o “botelho” para que servem? ML-Para que servem… eu não sei ao certo, mas quem o comprava dizia que servia para fazer produtos medicinais e era usado como adubo para os campos agrícolas. LPL-Gostou de ser sargaceira? ML-Gostei. Foi uma experiência única e pelo convívio entre as sargaceiras e as crianças. Eram tempos difíceis, mas muito felizes. LPL-Era bom ter uma ligação direta ao mar? ML-Era muito bom, sentia de perto a Natureza e usufruía de uma vista maravilhosa. É com muita pena que vejo esta atividade acabar. | |||
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Comentários | |||
Por Susana Almeida (Professora), em 2016/10/04 | |||
Muitos parabéns! Adoramos ler a tua notícia! Aguardamos pelas próximas! Susana e Filipe | |||